quarta-feira, 29 de novembro de 2006,16:26
Pobres dos ricos!?

Ultimamente os canais de televisão privados chamados de generalistas têm intoxicado a sua programação com numerosas telenovelas, por vezes de qualidade duvidosa. A maioria das pessoas, como não têm alternativa ou até mesmo por gosto devora esta parafernália de novelas e contribui para o sucesso avassalador do merchandising referente a estas produções.

O caso mais extraordinário será talvez o de "Floribella", novela que passa em horário nobre na SIC, importada de países latinos, com grande tradição neste tipo de produções televisivas. Deve a sua grande audiência ao público infantil que adora toda a cor e dinamismo da novela, as músicas e a história de "conto de fadas". O tema mais conhecido é "Pobres dos Ricos" que faz uma exaltação à situação de que mais vale ser pobre mas feliz do que rico e sem amigos e amor. Devo dizer que concordo com a alternativa mas não por ser pobre mas pela felicidade, o que me preocupa é o público alvo da novela e ainda mais a exaltação constante à pobreza: "Ai, coitadinha de mim, sou tão pobrezinha, .........".

Num país onde reina a mesquinhez e a auto-comiseração, onde valores como a ambição saudável e a iniciativa costumam ser reprimidos, situação esta recorrente da ditadura em Portugal que implementou essa repressão, a geração pós 25 de Abril devia tentar inverter a situação para definitivamente dar um novo impulso na direcção do progresso. No entanto estão a tentar incutir nas crianças novamente este espírito do "coitadinho". Não acredito que seja premeditado, nem que todas as crianças assimilem esse raciocínio, mas alguma influência tem. Já lá diz o provérbio "De pequenino se torce o pepino".

Deve antes incutir-se valores de esperança, confiança em nós próprios e iniciativa, para de uma vez por todas dar-mos um salto rumo ao progresso, para finalmente deixarmos a cauda da Europa. Só esta situação levará a uma economia mais forte, aumento do nível de vida e um país mais evoluido. A única reforma premente que falta em Portugal é a mudança de mentalidade da população. Não podemos querer que o Estado faça tudo e que actuemos como agentes passivos. O Estado somos nós. "Não perguntem o que o País pode fazer por vós, mas antes o que vocês podem fazer pelo País"(J.F. Kennedy).

Espero que este meu post não seja interpretado como uma ode ao capitalismo selvagem, mas sim como uma série de ideias para reflectir do que queremos do Futuro.

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posted by Carlos
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