segunda-feira, 12 de março de 2007,22:49
Ficção Televisiva

Sou fascinado desde sempre por televisão, "a caixa que mudou o mundo". Ainda me lembro de chegar a casa à tarde e devorar séries espanholas, dado que a antena lá de casa captava melhor os canais espanhóis que os portugueses. Canais esses que já vieram muito tardiamente, onde a única opção era a RTP. No entanto não deixava os seus créditos por mãos alheias. Quem não se lembra de Duarte & Companhia e outras séries que se aproximavam da ficção norte-americana, adaptando no entanto e bem à realidade nacional.

No entanto estas produções eram uma gota no oceano e a televisão preferia comprar produções brasileiras e americanas, muito melhores tecnicamente. Apesar disso, sempre me fascinou as séries americanas. Desde MacGyver, A Team, Knight Rider com essa maravilha da tecnologia, KITT, veículo dos nosso sonhos de criança, que acabava sempre por salvar o seu condutor. Saudosos tempos.

Agora, de novo, somos assaltados por produções de elevadíssimo calibre vindas desse mesmo país, tecnicamente muito boas e com argumentos magníficos. Não posso deixar de referir produções como Dr. House, brilhantemente interpretado por Hugh Laurie, que nos tinha habituado ao seu registo Britcom e que nos surpreende com a sua capacidade dramática. Devo confessar que nunca fui muito fã de séries sobre hospitais, mas esta está muitos furos acima, com um brilhante argumento e melhor interpretação. No entanto tem um contra, o seu visionamento torna-nos cada vez mais hipocondríacos.

Outra produção que merece destaque é Prision Break, também com um argumento fortíssimo, que no final de cada episódio nos deixa sempre em tensão para ver o episódio seguinte. Uma história muito encadeada, que se nos revela passo a passo e deixa agarrados à série. Não esquecendo também séries como Lost e Rome, sendo esta última uma produção megalómana que retrata Roma no tempo de Júlio César e Augusto, que quase se assemelha a uma produção cinematográfica. A primeira série já passou entre nós na 2:, estando agora a segunda série em exibição nos EUA.

Deve no entanto agradecer-se às televisões nacionais, que trazem até nós estas séries, porque a qualidade não tem nacionalidade e merece ser vista por todos. Quanto a isto não pode haver patriotismos. No entanto podem e devem servir de incentivo para que Portugal produza também séries de qualidade, com bons argumentos e interpretações e deixar-mos de vez gradualmente a produção de novelas, cada vez mais enfadonhas e entorpecedoras das mentalidades. Temos bons actores, alguns bons argumentistas, só resta dar o passo seguinte e talvez o mais difícil, financiamento para passar para a produção.
 
posted by Carlos
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